A Estória é Sua: Caminhos

Olá aventureiros! No mês passado lançamos o A Estória é Sua criação de Diego “Alface” e Vinícius Peres, uma série com algumas cenas que terão seu desfecho baseado na opinião dos seguidores da página no Facebook (@teatrodemesa). A maioria das decisões obtidas na página definiram o grande final.

Que você confere agora na Taverna do Joa’Kimm, onde boas estórias são contadas!

Caminhos

Por Diego “Alface” Loyola & Vinícius Peres

Pedro saiu atrasado da biblioteca da escola, estava vidrado naquele livro com o símbolo estranho na capa. Chegou correndo no ponto enquanto o ônibus se preparava para sair. Por sorte o motorista abriu novamente a porta atendendo aos seus gritos. Esbaforido, agradece ao motorista, passa a catraca e senta-se para descansar. Mal tem tempo de retomar o fôlego quando inesperadamente o ônibus toma um curso diferente.

– Droga. Não acredito que peguei o ônibus errado – disse Pedro.

Uma voz vinda do banco de trás fala baixinho em seu ouvido:

– Você não pegou o ônibus errado, nada acontece por acaso e você deveria saber porque está aqui.

Neste momento o ônibus para e a porta se abre e um segundo, foi o que Pedro levou para processar o que tinha ouvido. Nesse espaço de tempo havia se levantado para descer do ônibus, mas parou e virou-se para ver quem lhe falava. Deparou-se com um rosto que não lhe era estranho.

– Preciso do “Manual” que está com você. Você deve entrega-lo de livre vontade ou tudo terá sido em vão.

Disse um homem de meia idade vestindo calça jeans e camisa, com um jeito como se tivesse trazendo uma notícia ruim, mas necessária. Pedro arregalou os olhos ao ver um anel na mão do homem, que tinha um símbolo muito parecido com o do livro que carregava, o qual o homem chamou de “O Manual”.

– Em vão? Pra quem? Quem se beneficia se eu entregar O Manual? – Pedro pergunta ao homem.

– Se o universo se reequilibrar, todos se beneficiam. O homem olha pela janela, após o que continua: – Já tentaram obter “O Manual” a força, e o antigo portador caiu.  Houve perturbação no Karma e o livro, que havia se perdido, passou a ter suas páginas apagadas, em branco. Só o legítimo portador consegue lê-lo agora. O homem responde à Pedro.

Levantando-se, o homem aciona o sinal de parada e dirige-se a Pedro: – Chegamos!

Pedro é tomado pelo medo, mas algo o incentiva a seguir o homem. Caminham em silêncio por alguns minutos até um estacionamento abandonado. Se aproximam de uma parede com uma pichação estranha.

– Diga o que você vê, Pedro, somente você pode ler essa inscrição como ela de fato foi escrita.

Pedro observa a marca na parede e nada acontece. Mas de repente as letras começam a se embaralhar e tomar outra forma. O homem, de olhos arregalados ao lado do garoto, encosta sua mão no livro que ainda estava na mão de Pedro. Uma voz é ouvida, vinda do outro lado.

– Você fracassou, Sebá. Esse assunto agora é nosso. – Pedro se virou subitamente, sentindo as pernas fraquejarem. Deparou-se com três homens. O do meio, que falava, andava em sua direção. – Fuja. Agora! – Disse Sebá.

Pedro disparou sem pensar duas vezes. Mas deixou o livro cair tropeçando no meio do caminho.

Pedro volta correndo, agacha e pega o livro, ao mesmo tempo em que o homem que caminhava em sua direção toca-o.

Quando se virou para correr, ouviu um barulho ensurdecedor como se fossem vozes de todas as pessoas do mundo falando ao mesmo tempo. Seu corpo ficou mole e, de repente tudo se apagou.

Num susto e como se estivesse expirando ar pela primeira vez na vida, Pedro acorda na biblioteca da escola, dormiu lendo um livro. Olha no celular e vê que está atrasado. Com pressa pega sua mochila e vai até o guichê para entregá-lo.

– Ele não pertence à nossa biblioteca. Desconhecemos essa obra. – disse a bibliotecária ranzinza.

Pedro deu meia volta e seguiu em direção a saída tentando se recordar onde havia pego o livro. E deu-se conta de que não fazia a mínima ideia.

Já no ponto de ônibus, confere duas vezes se está entrando no ônibus certo e sobe. Senta-se e olha pela janela. Após o ônibus fazer uma curva fechada, tem seus pensamentos interrompidos por uma exclamação de um homem de meia idade e bastante familiar no banco da frente, ele estava vestido de calça jeans e camisa:

– Não creio! Peguei o ônibus errado!

Na cabeça de Pedro, entre milhões de pensamentos, um saiu de sua boca:

– Nada acontece por acaso e você deveria saber o porquê de estar aqui!

O homem olha para Pedro e seus olhos faíscam.

O ônibus para e a porta se abre.

– Fim –

Confira no Facebook: Cena I | Cena II | Cena III | Cena IV

Vamos bater um papo caríssimo leitor ou leitora, o que achou dessa estória? Deixe o seu comentário abaixo.

About Vinícius Peres

Vinícius Peres, engenheiro e microempresário. Ingressou no RPG no ano final da década de 90 com o belíssimo e clássico "Livro dos Monstros" de AD&D 2ed. acompanhado de um mísero d8. Se apaixonou pela ideia de criar histórias coletivas protagonizadas por personagens próprios e desde então nunca mais abandonou o hobby.

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