Itens Raros: Castelo Falkenstein

Nos idos de 1994, a R. Talsorian Games, a mesma empresa de jogos que lançou o RPG “Cyberpunk 2020” (saiba mais) apresentou aos RPGistas “Castle Falkenstein”, trazendo como cenário o gênero steampunk.

Nele, o jogador é inserido no cenário e apresentado às regras através dos diários de Tom Olan (alter ego de Mike Pondsmith, criador do jogo). Este é um dos vários personagens que cumprem essa função, um designer de jogos que foi magicamente transportado de nosso mundo para o continente New Europe.

Os jogadores assumem papéis de aventureiros num mundo inspirado pela Era Vitoriana. Impulsionada pela tecnologia a vapor e misturada com fantasia, encontramos elfos, anões e outras criatura feéricas. Pode-se inclusive encontrar dragões (ou mesmo jogar como um deles) nas aventuras.

Magia e tecnologia impulsionadas a vapor se misturam enquanto os jogadores vão conhecendo o cenário, cujo tom otimista ajuda a desenvolver tramas grandiosas, heroicas ou com grandes intrigas correndo pelos bastidores aristocráticos.

O ar vitoriano do Século XIX das aventuras lembra muito os contos dos autores Júlio Verne (20.000 Léguas Submarinas, Volta ao Mundo em 80 Dias) e Arthur Conan Doyle (Sherlock Holmes), sendo que os personagens dos jogadores podem até mesmo interagir com os personagens criados por eles nas histórias.

A tecnologia steampunk (fusão da tecnologia a vapor e magia) do cenário é dominada com maestria pelos anões, que são os responsáveis pela criação dos artefatos mais poderosos. Estes tem imunidade ao fogo e grande resistência a magia; no topo da sociedade aristocrática, os Dragões são vistos como Lordes de grande poder, mas podem caminhar entre as pessoas com formas humanoides; a magia é dominada através de estudo pelos magos, que se organizam em sociedades e ordens de pesquisa e estudos; e as Fadas, que em suas diversidades se dividiram em duas cortes: Seelie Court, que aspira o convívio pacífico com os humanos e Unseelie Court, que almejam o fim da humanidade agindo em segredo.

Diferente de muitos sistemas, Castelo Falkenstein usa cartas ao invés de dados para os testes no jogo, seguindo a ambientação vitoriana na qual os dados eram diversão para a baixa estirpe e o baralho para pessoas requintadas. Apesar de incomum, tal sistema recebeu elogios por sua facilidade de uso no jogo; assim como Vampiro, as regras orientam para o roleplay.

Outro diferencial: Ao invés de uma ficha, os jogadores tem um diário para anotação de tudo que seus personagens possuem, assim como as aventuras e os rumos da história.

O game designer Mike Pondsmith, criador de Castelo Falkenstein, também foi autor de Cyberpunk 2020, além de fundador e CEO da R. Talsorian Games. Trabalhou muito tempo na indústria de jogos digitais e, recentemente, está prestando consultoria no desenvolvimento do jogo “Cyberpunk 2077” da CD Red Project.

Com um cenário glamouroso, regras diferentes e ambientação otimista, Castelo Falkenstein é um jogo que merece ser divulgado e, muito mais, jogado pela comunidade RPGista.

Castelo Falkenstein será relançado no Brasil pela RetroPunk Publicações e encontra-se em financiamento coletivo até o dia 06/04/2018 através do site do Catarse.

About Dmann Well

Manoel Martiniano conheceu o RPG ao adquirir o jogo de tabuleiro "Hero Quest" da Estrela e também ao acompanhar as edições da extinta revista "Dragão Brasil" em meados de 1994. Desde então, mesmo com certos hiatos, não parou de mestrar/jogar, sendo um dos membros fundadores do grupo RPGistas de Guaianazes, que viria a se tornar O Teatro de Mesa.

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