Itens Raros: Lobisomem – O Apocalipse

Nos idos de 1991, a White Wolf lançou a primeira edição de “Lobisomem – O Apocalipse” (LoA), segundo título de sua linha World of Darkness, precedida pelo seu já aclamado “Vampiro – A Máscara“.

Em 1995 a Devir Livraria lançou aqui no Brasil a segunda edição deste RPG, a qual foi muito bem feita e tinha como diferencial ter uma “garrada” perfurando sua capa, mostrando parte da primeira página que tinha uma história em quadrinhos mostrando a primeira transformação de um jovem em um Garou (como se denominam os lobisomens no cenário), ao mesmo tempo que vários contos vão definindo aliados e antagonistas colocando o RPGista no clima do livro.

A HQ “Ritual da Herança” acompanha um personagem lobisomem em sua primeira aventura como Garou pelas páginas do livro ao mesmo tempo que o jogador vai conhecendo as regras e o cenário de “Lobisomem: O Apocalipse”.

Desde o nascimento já sabem de sua função como protetores de Gaia, a Naureza, que está em perigo e sofrendo pela Wyrm e de todos que são influenciados por ela. Diferente dos lobisomens comumente conhecidos, os Garou não tem sua condição de lobisomem como uma maldição através de uma mordida ou arranhão por garra, mas sim por herança; cada Garou nasce lobisomem, seja em forma lupina (como um filhote de lobo) ou hominídea (nasce de uma humana).

Todavia, os lobisomens do WoD tem mais formas entre humano e lobo, metamorfoseando-se nas seguintes formas:

  • Hominídea: A forma humana possui todas as características de um humano normal. (100% Humano);
  • Glabro: Uma forma semelhante à hominídea, mas um pouco mais alto,forte e musculoso,um tanto peludo e com dentes mais afiados. (75% Humano, 25% Lobo);
  • Crinos: O homem-lobo, a encarnação da fúria. Peludo, a postura ainda se mantêm ereta, mas a cabeça e as patas traseiras ao as de lobo, essa forma possui ainda uma cauda, presas e garras. Na forma Crinos, o Garou tem um aumento de 200% de massa corporal, além de causar a temida reação conhecida como “Delírio”.(50% Humano, 50% Lobo);
  • Hispo: Um Crinos nas quatro patas seria uma maneira vulgar de descrevê-lo. O Hispo é a forma lobo monstro, um lobo pré-histórico poderoso, não tão forte quanto o Crinos, mas bem mais ágil, e com mandíbulas especialmente poderosas. (75% Lobo, 25% Humano);
  • Lupus: Na forma lupina, o Garou possui todas as características de um lobo comum. (100% Lobo)
Um Garou possui várias formas para combater a Wyrm e muitos outros antagonistas.

Desde o nascimento já tem a Lua como influência no que podem ser, cada fase desta dita seu Augúrio, seu caminho escolhido por Luna, os quais são:

  • Ragabash (Lua Nova): o Trapaceiro, Questionador de tradições;
  • Theurge (Lua Crescente): O Vidente, Pesquisador das Tradições;
  • Philodox (Meia-Lua): O Juiz, O Guardião das Tradições;
  • Galliard (Lua Gibosa): O Dançarino da Lua, Amante das Tradições;
  • Ahroun (Lua Cheia): O Guerreiro, Protetor das Tradições.
A Lua, chamada de Luna pelos Garou, influencia o destino do lobisomem, o que ele deve ser na sociedade Garou.

Com as regras do Sistema Storyteller de RPG, LoA acrescentou mais itens às sua mecânica de jogo com os Dons para os lobisomens, alguns destes mesmo sendo muito apelativos em jogo, nas mãos de um Narrador habilidoso, davam excelentes panos de fundo para interpretação no momento de se adquirir.

Muitos dos conceitos abordados em LoA tem origem espiritual no cenário, desde Totens até mesmo Espíritos que ajudarão ou serão oponentes para os Garou aventureiros.
Assim como seu antecessor VaM que nos trouxe seus sete Clãs principais, LoA apresentou aos RPGistas os 13 clãs que compunham a sociedade Garou:

  • Andarilhos do Asfalto (Glasswalkers): Garou que se adaptaram à sociedade humana;
  • Cria de Fenris (Get of Fenris): de origem nórdica, os mais sanguinários e combativos dos Garou:
  • Fianna (Fianna): de origem Celta, são os guardiões das histórias e tradições Garou:
  • Filhos de Gaia (Children of Gaia): a tribo mais moderada, que acredita que a paz e a serenidade serão as soluções para os conflitos entre as tribos e até mesmo para o próprio Apocalipse;
  • Fúrias Negras (Black Furies): vindas da Grécia, clã tem como componentes majoritariamente mulheres (os únicos machos são Impuros);
  • Garras Vermelhas (Red Talons): os mais selvagens e que possuem o maior desprezo pela humanidade, não há hominídeos em suas fileiras, apenas lupinos;
  • Peregrinos Silenciosos ( Silent Striders): andarilhos de todos os reinos, assombrados por fantasmas e amaldiçoados a não terem descanso em sua terra natal, são os mais misteriosos entre os Garou;
  • Portadores da Luz Interior (Stargazers): assmelhando-se aos monges budistas, são garou introspectivos, espiritualistas e místicos, buscando um sentido maior nos acontecimentos em seu caminho, desenvolveram uma técnica chamada de kalindô que mescla artes marciais com sua metamorfose;
  • Presas de Prata (Silver Fangs): oriundos das frias estepes russas, sempre prezaram por sua pureza de sangue e sempre foram tidos como líderes entre os Garou, é dito que sua tribo foi a originária de todas as demais;.
  • Roedores de Ossos (Bone Gnawers): sobreviventes em sua essência, surgiram nas antigas cidades da Mesopotâmia e são encontrados em praticamente qualquer centro urbano, vivendo entre os humanos mais pobres são a mais humilde das tribos;
  • Senhores das Sombras (Shadow Lords): de pelagem negra, tem origem nas florestas eslavas no Leste Europeu, procuram usurpar a figura de liderança dos Presas de Prata na sociedade Garou tendo, geralmente, segundas intenções em suas ações;
  • Uktena (Uktena): tribo que se originou nos povos indígenas das Américas, mas desde então permitiram que outros povos animistas entrassem em seu rebanho. Eles são o “Irmão Mais Velho” dos Garou, conhecido como os Puros, Garou que reivindicaram as Américas como lar, estes tem mais afinidade ao misticismo do que seus parentes mais próximos;
  • Wendigo (Wendigo): tribo considerada “irmã mais nova” dos nativos americanos Garou, estes têm parentes humanos entre pessoas que habitam as regiões ártica e subártica da América do Norte, grande parte da tribo é xenofóbica, odiando qualquer um de origem estrangeira, principalmente europeus.

E LoA repete algo como uma “Fórmula White Wolf” no WoD, aqui temos também as tribos que se perderam: Bunyip (mortos pelos próprios Garou) e Croatan (que se sacrificaram para combater um mal maior “A Devoradora de Almas); assim como a tribo que se corrompeu: os Uivadores brancos, que se tornaram um dos principais antagonistas dos Garou, Os Dançarinos da Espiral Negra.

O livro traz para o RPGista uma infinidade de coisas novas, desde novos dons que rivalizam com as disciplinas vampíricas, até conceitos como a Umbra, a Trindade Wyld/Weaver/Wyrm e toda a visão dos Garou em relação ao mundo, a si mesmos e aos Cainitas.

Esteticamente o livro é impecável, desde a idéia de fazer a capa estar “rasgada” por um golpe de garra, até as ilustrações excelentes nesta 2ª Edição que dão o tom para a ambientação, ajudando o RPGista a entrar no clima do jogo.

“Lobisomem: o Apocalipse” é um item raro com muitas idéias inspiradoras, que merece ser preservado e, principalmente, jogado pelo RPGista”.

Manoel “D’Mann” Martiniano – “Pêlo na Fuça”/Filho de Gaia/Philodox

Fonte: Wikipedia, Rage Across Brasil

About Dmann Well

Manoel Martiniano conheceu o RPG ao adquirir o jogo de tabuleiro "Hero Quest" da Estrela e também ao acompanhar as edições da extinta revista "Dragão Brasil" em meados de 1994. Desde então, mesmo com certos hiatos, não parou de mestrar/jogar, sendo um dos membros fundadores do grupo RPGistas de Guaianazes, que viria a se tornar O Teatro de Mesa.

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